(24) 24424213 ou 24422840, Rua José Alves Pimenta, 890 Matadouro, Barra do Piraí, RJ    

14/06/2019

Ditos e mitos sobre a morte e o morrer

 O apóstolo Paulo escreve em I Tessalonicenses 4.13 sobre a percepção e ignorância acerca da morte. “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem para não vos entristecerdes como os demais, que não tem esperança”.

Trago minha leitura sobre o que o apóstolo chamaria hoje de preocupação com a morte e o morrer, destacando a frase “os que não têm esperança”

Para isto preciso diferenciar o que é morte e morrer:

O DITO sobre a MORTE como fato único; inenarrável e inevitável.

É preciso lembrar que temos alguns casos bíblicos de ressurreição, especialmente no Novo Testamento. Jesus ressuscita Lázaro João 11.43, a filha de Jairo Lucas 8.48 e Êutico, que o povo dizia estar morto, Paulo foi conferir e disse que a vida ainda estava nele. Atos 20.9- 10. Jesus mesmo, pelo Espírito Santo, ressuscitou. Lc 24

A morte como fato único. Apesar de relatos como os que temos abaixo; Ao homem foi ordenado morrer uma só vez, vindo depois disto o juízo - Hebreus 9.27?Dentro da visão carismática de Igrejas e pastores; há os que relatam casos e mais casos de pessoas que estiveram mortas, foram ao céu e ao inferno e, “após ressuscitarem” narram suas visões, trazem mensagens e recados aos vivos.

A morte como fato inenarrável - Lázaro ressuscitou, mas não falou de seu tempo de morto; o próprio Jesus não falou de sua experiência no túmulo. Embora, após a ressurreição, tenha comido, ordenado, orientado e, finalmente, subido ao céu.

A morte como fato inevitável porque todo ser vivo, um dia morre. Todo ser nasce, “cresce”, “vive” e morre. O crescer e o viver são subjetivos. Requerem uma visão de qualidade daquele que analisa e avalia.

O MORRER como MITO e as subjetividades vividas na “cultura religiosa”

Buscando amenizar o efeito da perda pela morte; a cultura religiosa, através de sua teologia formal e suas práticas, desenvolve uma estrutura de ensino acerca do morrer, seus efeitos e as buscas de explicações pelos que ficam vivos.

Encontramos em várias partes no Velho e Novo Testamentos a presença de carpideiras ?( pessoas contratadas pra externar o lamento solidário à situação) Jr 9.17 e Mt 9.23.

Várias manifestações subjetivas baseiam-se na cultura religiosa, assim expressa:

- Os atos religiosos diante do corpo encomendando a alma do falecido e a aspersão de “água benta”. Uma prática vinda por tradição praticada pelos líderes da Igreja Católica carecem de um ensino específico de Jesus sobre tal. Catecismo católico

A crença no purgatório como ato purificador do falecido - A Igreja denomina Purgatório, segundo o Catecismo Católico, é a purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório, sobretudo no Concílio de Florença e de Trento. Fazendo referência a certos textos da Escritura, a tradição da Igreja fala de um fogo purificador.

Superstições dos que querem atenuar o sofrimento pelas perdas sem base bíblica:?Se você chorar aqui, o morto vai sofrer no outro lado. Jesus disse que não há contato entre o que morre e o que está aqui; O inverso, também é verdadeiro. Disse Jesus: “Está posto um grande abismo entre nós e vós de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá para nós”. Lc 16.26

Quando se chega diante do caixão faz-se o sinal da cruz. Um sinal de respeito (tradição dos antigos, nem sempre entendido pelos que repetem) Este ensinamento, segundo o Catecismo católico, apóia-se também na prática da oração pelos defuntos, “da qual a Sagrada Escritura fala”: "Eis por que ele [Judas Macabeu) mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos de seus pecados" (2Mc 12,46). Desde os primeiros tempos a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados, eles possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos.

Crer que as tragédias são um purificador do falecido no passado e/ou futuro?Uma crença dos espíritas sobre a reencarnação. Tendo como fundamento bíblico o contrário: Ao homem foi ordenado morrer uma só vez, vindo depois disto o juízo - Hebreus 9.27??O crente que tem fé não chora! Uma superstição evangélica; a Bíblia narra Jesus chorando no evento da morte de Lázaro. João 11.35 “Jesus chorou” Há um ensino da Psicologia de que o choro é uma forma de exteriorizar o que angustia o peito. Muitos não o fazem nos momentos seguintes à morte e poderão ter sintomas negativos depois.

O morto cristão não perde a feição – Uma referência à aparência que o falecido tem, mesmo depois de morto. Nada comprova esta afirmação; até porque depende das circunstâncias e do evento que o levou à morte.

Sempre se teve e sempre se buscará um termo para abrandar a dor ao consolar o que perdeu um ente querido, isto é solidariedade; até certo ponto, uma recomendação de Jesus de “chorar com os que choram”. A dificuldade é crer nos mecanismos que, aparentemente demonstram “ombro amigo” ao tempo que é uma distorção das verdades bíblicas, também negando princípios emocionais básicos da psicologia.

RECOMENDAÇÕES:

O ensino e prática de Jesus ao solidarizar-se com alguém que perdera um parente ou amigo. Sua compaixão sem muito falar, recomendar, advertir e etc. Isto foi verdade no caso Lázaro e na filha de Jairo. Não foi por muito falar...

Quer ser participante da dor? Ofereça a sua presença, disponha-se a fazer o que for preciso sem muita insistência, mas com tom de sinceridade. Sua presença, seu ombro amigo serão o apoio discreto e atencioso ao que sofreu a perda.

Acompanhe com discrição os próximos passos ou os dias colocando-se à disposição para eventuais ajudas. Visite-o posteriormente e cumpra o que diz Isaias 50.4 (leia) O Senhor DEUS me deu uma língua erudita, para que eu saiba dizer a seu tempo uma boa palavra ao que está cansado. Ele desperta-me todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que ouça, como aqueles que aprendem.

Conc.: A consciência, experiência e a certeza do que Paulo ensina em I Ts 4.18 é: “Consolai-vos uns aos outros com essas palavras” O grande consolo é a garantia dada por Jesus com sua morte na cruz para salvação a todo aquele que nele crê. ( Jo 3.16) A esperança do crente é que Jesus garantiu aqui, a estada lá.” Vinde benditos de meu pai - MT 25.34”

Vivamos esta certeza em nossa própria vida e na daqueles que partem com Jesus!

Outros Links